Oi, pessoal! Estamos de volta às nossas atividades aqui na Pokémon Banchou! Fico muito feliz em publicar esse novo capítulo, continuando a incrível saga de Yuusen e seus amigos pela libertação de Mai Teng! Muito obrigada por todos os comentários, lembrando sempre que críticas e sugestões são essenciais para o aprimoramento do artista. Continuem acompanhando a fanfic, e tenham uma boa leitura! ^^
Capítulo 7
Desventuras em Wotsushi
– Cuidado, Tusken! – disse a voz de Yuusen – Você vai pisar no meu pé de novo!
– Mais atenção, menos reclamação, Yuusen – repreendeu Daichi – E pare de chamá-lo assim, ele não é mais um bebezinho! Tusken é um Quakeraptor agora.
– Para mim, ele continuará sendo Tusken… – sua voz era doce, gentil para com seu amado pokémon.
– QuaaaakeRAPTOR! – ganiu o pokémon, agradecendo seu treinador.
Estava escuro como o próprio breu naquele apertado vagão que os seis repartiam com caixas e contêineres. Mal conseguiam enxergar os olhos um do outro, tampouco dizer se era dia ou noite, ou mesmo se estavam se aproximando de seu destino. Ao soar do apito do trem, as rodas diminuíram sua velocidade e lentamente brecaram na entrada da estação, e em breve as portas seriam abertas para que o grupo desembarcasse em Wotsushi.
A entrada do vagão era forçada com um pé-de-cabra… Em seguida, o gemido de dois homens sendo atingidos se faz ouvir pelas frestas abertas nas portas de ferro. Alguém maneja o pé de cabra novamente, abrindo com força as portas do vagão e deixando a luz entrar. Os raios de Sol agrediram os olhos acostumados com o escuro, projetando contra o grupo a silhueta de dois homens vestindo gakurans pretos.
– Bem vindos, jovens de Kumoichi. Senhor Ryoukushi no Banchou… – ambos se curvaram em respeito a Daichi – Viemos em nome do Aiji no Banchou. Vamos levá-los em segurança ao nosso quartel general.
Os dois funcionários da estação de trem estavam caídos no chão, desacordados – mas de barriga para cima, respeitando o código de honra dos banchous sobre investidas a inocentes. Conforme o grupo marchava, Quakeraptor pára subitamente. Ele olhou nos arredores, desconfiado, mas ao chamado de seu senhor, ele voltou a ocupar seu lugar na fila.
Wotsushi tinha o céu marcado pelos prédios. A cidade mais parecia um organismo vivo, onde as ruas eram as veias pulsando com as pessoas e veículos, que agiam como o sangue que circulava e dava vida àquela cidade caótica. As propagandas poluindo a visão, o som da buzina dos carros, o andar dos cidadãos nas calçadas, aquilo era totalmente diferente da vida do campo à qual Yuusen estava acostumado – já Natsumi, que sempre viajava para Wotsushi nas férias de verão, estava razoavelmente acostumada com a vida cosmopolita.
– Tusken! O que aconteceu? – disse Yuusen, percebendo o nervosismo de seu pokémon, enquanto eles andavam pelas ruelas por trás dos condomínios consumidos pelo tempo no centro da cidade.
– Está ansioso, é normal – disse Daichi – Está num ambiente diferente de qualquer outra coisa, me admira que ainda não tenha ficado louco… – o banchou do interior mostrava desprezo pelo estilo de vida de Wotsushi.
Quakeraptor ganiu, contrariado… Ele não estava louco, ele sabia que estava ouvindo alguma coisa! Olhou para o lado e viu um pequeno vulto correndo em direção a um beco, fugindo ao perceber que estava sendo observado. Curioso, Quakeraptor decidiu que daria um fim àquele mistério, de uma vez por todas!
Sparklinx deu por falta do companheiro. Olhou para trás e viu seu amigo Quake sumindo num beco. Revirou os olhos para cima, impaciente, e caminhou até lá para trazê-lo de volta para o grupo. O que ambos encontraram os deixaram bastante surpresos:
Uma família de seis Mochis olha para os dois, surpresos, e revolvem o lixo à procura de esconderijo pensando estarem sob a mira de predadores. Sem reação, Sparklinx e Quakeraptor se entreolharam, e o sociável réptil decidiu de aproximar do grupo de pequenos roedores, mostrando não oferecer perigo. Sparklinx não tinha certeza se deveria deixá-lo fazer isso, afinal, eles precisavam acompanhar o grupo! Mas não podia negar que estava bastante curioso também…
– Mochi-mochi, mochi-mochi! – eles diziam, deixando um por um a lata de lixo. Os olhinhos azuis pousavam sobre os exóticos pokémons iniciais, analisando-os enquanto seus focinhos rosados balançavam ao capturar seu cheiro.
Sparkitty odiava admitir, mas até que eles eram fofos? Eles se aproximaram dos dois, começando a pular sobre Quakeraptor, investigando por completo, mas a ansiedade dos bichinhos acabou por derrubar o dinossauro ao chão, que gania para Sparklinx implorando por ajuda. Sparklinx apenas ergueu uma sobrancelha com um sorriso: quem pariu Mateus que o embale, agora Quakeraptor deveria receber o troco por sua curiosidade excessiva.
Quakeraptor estava perdendo a paciência, imobilizado por aqueles irritantes bolinhos de arroz gritando “mochi-mochi” em suas costas. Enfurecido, Quakeraptor ergue-se e urra com um fulgor nunca antes visto. Um rugido tão poderoso que os seis saíram voando de suas costas, encolhidos num canto… Após o rugido feroz, Quakeraptor parecia muito surpreso consigo mesmo. Olhou para Sparklinx, que estava boquiaberto, e olhou novamente para os seis Mochis.
Os dois forasteiros se arrependeriam amargamente do que fizeram.
Os Mochis, furiosos, estavam inchados como Jiggypuffs de tão irritados. Dos cantos escuros, como entidades fantasmagóricas da cidade, Mochis e mais Mochis foram brotando do chão… Encaravam os amigos com cólera nos olhos. Sozinhos eles não eram nada: mas em grupos de até vinte indivíduos, eram uma força destruidora.
– Mochi-moooocCHIIIIII!
Um grupo de Mochis disparou em direção dos forasteiros. Gritando desesperados, Quakeraptor e Sparklinx dispararam na direção contrária, correndo com todo o seu fôlego para escapar do exército de bolinhos de arroz encapuzados. Por onde passavam, mais Mochis se uniam à sua marcha, e a fuga ficava cada vez mais desfavorável para Quakeraptor e Sparklinx.
– Você ouviu isso? – perguntou Natsumi.
– Ouvi o que? Ué… – disse Yuusen, olhando nos arredores – Onde estão Tusken e Sparklinx?
Do alto de um muro, surgem Quakeraptor e Sparklinx, com os olhos redondos de tão arregalados e gritando aos quatro ventos. Os Mochis não seriam impedidos por um obstáculo pequeno como aquele: como galgos perseguindo sua presa, eles não parariam por nada, até que o inimigo fosse derrotado!
– Mas que diabos?! – exclamou Yuusen. Gritou – Tusken! Tusken, voltem aqui!
– Sparklinx! – gritou Natsumi.
– Não adianta, eles não vão parar até encurralá-los! – disse um dos banchous, com uma expressão de desgosto.
– Utama, siga-os – disse Daichi, dando as ordens para o leal pokémon que o acompanhava – Ajude-os, e quando terminar, leve-os para o quartel general. Você já sabe onde fica.
– Urrh – respondeu Utamatowake, fazendo que sim com a cabeça e disparando em direção dos dois. Era incrível o elo treinador-pokémon que Daichi e Utamatowake tinham!
Quakeraptor e Sparklinx estavam ficando cansados, ofegantes enquanto corriam. Os prédios foram ficando menores, e a paisagem mais industrializada… Se aproximavam da estação de tratamento d’água, onde dentre as construções quase abandonadas, uma figura misteriosa observava o avanço do exército sobre os dois pokémons forasteiros que provavelmente os irritaram muito.
Os “mochi-mochi” aumentavam em número. No horizonte, erguia-se um enorme canal com vários segmentos separando a água em quatro seções diferentes… Os dois tinham que pular. Mesmo cansado, Sparklinx ganhou velocidade juntamente com Quakeraptor, e com o impulso correto, saltaram uma distância equivalente a cinco metros da margem, de onde os Mochis não poderiam alcançá-los.
Ofegantes e sem ar, eles viam os Mochis irritados se amontoando na margem do canal. Eles olharam um para o outro, sorridentes e cansados, felizes por terem superado aquele inusitado desafio. A água corria a vários metros abaixo de seus pés, portanto seria sensato tomar cuidado ao caminhar sobre o concreto. Quando deram meia volta, qual sua surpresa ao deparar-se com aquela estranha figura?
O pokémon misterioso os olhava de forma maliciosa. Era um pouco menor que ambos, mas… Aquilo eram trajes humanos? Mamechi era mesmo um Pokémon bastante peculiar, vidrando o olhar dos dois forasteiros em suas ações. Erguendo-se sobre a cauda, Mamechi cruzou os braços e ficou maior que Quakeraptor e Sparklinx, atentos aos seus movimentos. Antes que pudessem avaliar a risadinha do estranho pokémon, suas coxas musculosas projetaram seus pés para frente, desferindo um poderoso chute que empurra os dois de encontro ao seu perigoso destino.
Os Mochis foram vingados… Seu líder ajoelhou-se e observou os dois pokémons sendo levados pela correnteza, de encontro aos esgotos da cidade. A presença de Utamatowake assustou todo o exército de Mochis. Ele escutou os gritos de Sparklinx e Quakeraptor sendo levados pela água, e desesperado, pôs-se a correr naquela direção…
Mas ele sabia que seus esforços eram em vão. O complexo de esgotos e canais de Wotsushi era o mais desenvolvido do continente… Era impossível pensar nas piores das possibilidades. Mas Utamatowake não voltaria com más notícias: ele encontraria um meio de achar aqueles dois são e salvos. Por favor, Quakeraptor e Sparklinx, estejam bem!