Pokémon Banchou, A Fanfic Oficial da Fakédex da PM
Bom dia, pessoal! Meu nome é Ananda, mais conhecida aqui no fórum como Nanda, e eu já trabalhei com fanfics para o site e, mais “recentemente”, com a Fakedex da Pokémon Mythology. Para comemorar o primeiro aniversário da Fakedex da PM, decidi fazer o redesign de todos os fakemons. Aproveitando o embalo, decidi finalmente produzir a fanfic Pokémon Banchou, antes fechada por motivos de força maior.
Vamos comemorar juntos o primeiro ano de vida da nossa Fakedéx! Agradeço a companhia de todos que acompanharem esta fanfic. Críticas e sugestões são muito bem-vindas, pois só assim a autora (eu!) posso saber onde e como posso melhorar a história, narrativa e complementos da fanfic.
Mais uma vez obrigada, e que comece nossa aventura! Gotta catch ‘em all!
Prólogo
Yuusen não poderia parar. Não agora.
Estava fugindo. Corria alucinado, com o coração palpitando contra seu peito branco, ofegando ao trotar violentamente contra o chao de terra batida… Seguia seu caminho com fé, determinado a atingir a entrada dos bosques que demarcavam a fronteira final da cidade natal que deixava para trás.
Tão jovem, mas tão decidido, certo de que o crime que cometera seria compensando no futuro.
As histórias que ouvia no orfanato desde sua infância eram nada além de contos de fadas paralelos à sua realidade. Que espécie de mundo era este, onde treinadores e pokémons conviviam em harmonia, crianças que deixavam suas casas para desvendar as maravilhas um mundo sem dor, medo e injustiças, seguindo um sonho ingênuo de tornarem-se Mestres Pokémon? Hah, nada além de um sonho, pensava Yuusen! Como alguém poderia sonhar com tamanha besteira?
A sua realidade era a mesma da milhares de pessoas que habitavam o continente de Mai Teng. Todos os dias eram uma guerra travada, onde a liberdade e o direito de expressão eram inexistentes. As mílicias tomavam conta das ruas, oprimindo a população que se revoltasse contra os impostos altos, os ginásios fechados, os produtos e visitantes estrangeiros barrados pelo governo, e tudo o que mancha de sangue um país dominado por uma ditadura militar.
Como crer na esperança de dias melhores, quando você tem seus colegas e familiares espancados pela polícia, que deveria protegê-los ao invés de agredi-los? Como ter fé, quando a cada dia as ruas são fechadas pelo toque de recolher? Como permanecer otimista diante de uma situação que não vai mudar até que alguém tome uma atitude?!
Yuusen estava cansado de correr. Cansado de fugir daquela realidade que o castigava. Estava cansado de sentar seu traseiro branco todos os dias na carteira da escola da qual era bolsista, e simplesmente esperar que algo acontecesse para mudar sua vida medíocre! Estava na hora de juntar-se aos verdadeiros heróis… Aqueles que, apesar de todas as adversidades, zelavam por seu povo e o território que abrangiam. Lutavam ao lado dos pokémons para amenizar a dor da população sofrida…
Yuusen estava determinado a se tornar um deles…
Grandes ideias requerem grandes sacrifícios. Yuusen agora era um procurado da polícia… Yuusen havia roubado um pokémon inicial do laboratório da cidade. Havia tomado para si a pokebola que continha o pokémon de terra Tusken, que seria um fiel companheiro em sua árdua viagem. O jovem adolescente tinha chamas no olhar esverdeado como folhas de carvalho, determinado ao olhar para um horizonte muito além dos bosques diante dele.
Na escuridão da noite, o sereno resfriou o suor palidecendo sua face e molhando suas roupas. Seus jeans apertados estavam sujos de lama, assim como seus sapatos, agora pesados pelo acúmulo de barro em suas solas e dificultando seu progresso. Mas não podia parar, Yuusen, já havia chegado tão longe! Os bosques que delimimitavam as fronteiras da pequena cidade rural de Kumoichi, sempre tão carregada de nuvens espessas, pareciam recebê-lo de braços abertos.
Pelo menos, bem mais receptivos do que ele…
Yuusen freia bruscamente contra o chão, levantando poeira. Seu peitoral trabalhado para um jovem de sua idade, evidenciando seus exercícios diários, subia e descia pelo ritmo acelerado de sua respiração.
E lá estava ele… Cara a cara com aquele que uma vez que chamara de seu melhor amigo. O olhar gélido de Kenshiki atravessava as lentes finas dos óculos que usava, penetrando na alma do jovem e lendo seus pensamentos. Descruzou os braços e caminhou em sua direção, e recebeu uma resposta à altura do olhar atravessado daqueles olhos verdes consumidos pelas chamas da bravura.
– Aah, Yuusen… – o tom de voz de Kenshiki provocava os nervos à flor da pele de Yuusen – Sempre atrasado… No entanto, nunca pensei em nenhum momento que fosse desistir. Ninguém o conhece tão bem quanto eu, afinal.
– Eu também conheço bem você, Kenshiki… – respondeu o adolescente de voz mais grossa – Tenho certeza que algo mais o trouxe aqui, além do sentimento de mais pura traição e deslealdade.
Se encararam por um longo tempo. Claro, haviam planejado tudo juntos, Kenshiki saberia onde encontrá-lo… Mas como um sabujo que fareja o medo em sua presa, Yuusen sabia que as intenções do filho do professor de Mai Teng não era das melhores.
No entanto, Yuusen foi o primeiro a render-se. Foi o primeiro a abrandar o olhar, querendo evitar aquela situação desconfortável, evitar confrontar uma das poucas pessoas que o compreendia tão bem…
– Kenshiki, por favor! Planejamos tudo juntos, essa era para ser nossa história! E não será apenas nossa conquista, nossa vitória… Vamos lutar pelo que pertencem a cada cidadão de Mai Teng por direito: a liberdade! Se não quiser seguir ao meu lado, ao menos me deixe passar!…
– Me perdoe, Yuusen… Eu também desejo que Mai Teng liberte-se desta lepra infernal. Mas eu tenho meus próprios sonhos, meus próprios objetivos! – levou a mão ao peito, inflamado por seu discurso – Preciso e pretendo seguir os passos de meu pai. Compreenda, Yuusen, que a liberdade é uma utopia! Crimes geram crimes, violência gera violência, mais sangue será derramado em vão. Portanto, se desistir agora e devolver o pokemon que você roubou… Eu lhe darei uma segunda chance.
– Eu não preciso da piedade de um cão do governo como você, Kenshiki… Você me traiu! – urrou, fechando os punhos com ódio e rangendo os dentes – Toda a honestidade que eu areditava que voce tinha, e eu tanto admirava, não passa de uma máscara! Siga seus sonhos, viva sua hipocrisia, mas não pense que poderá me impedir de mudar o rumo deste país enquanto você senta essa sua bunda branca na cadeira do escritório do seu pai!
– Eu não tenho a intenção de deixá-lo partir sem tomar o que é meu de direito, Yuusen… – Kenshiki respondeu com uma frieza já conhecida por Yuusen. Esticou o braço para frente, segurando uma pokebola – Devolva o pokémon, ou terá que passar por cima de mim.
– Como você quiser… Parceiro.
Dilataram suas pokébolas. A primeira batalha de Yuusen ia muito além de um combate de monstrinhos: era a primeira de uma série de combates travados em nome de seus ideais. Yuusen sabia dos sacrifícios que teria que fazer em nome de seu objetivo de juntar-se ao seus heróis… Com ou sem o apoio daquele que se entregara de corpo e alma àquela bela amizade tão bem quanto ele, Yuusen se tornaria um daqueles que traria a tão almejada liberdade para seu povo…
Yuusen se tornaria um banchou. E é assim que sua história começa a ser escrita…