Infância, anos 90 e Pokémon

(Tempo de Leitura: 5 minutos)

Resolvi fazer esse post para falar de minha experiência com pokémon nos anos 90 e pensando que outros leitores do site possam vir a fazer o mesmo.

Para iniciar gostaria de destacar alguns pontos:

  • Pokémon estreou em 1999 no Brasil.
  • Na época estudávamos no ginásio, pela manhã só começamos efetivamente a acompanhar o anime nas férias.
  • Felizmente o fato de ser exibido todo dia fez com que rapidamente ficássemos em dia com a exibição brasileira.
  • Moramos em uma cidade do interior de Santa Catarina, poucos vídeo games chegavam até nós, e mesmo os que chegavam estavam fora de nosso alcance financeiro. (Só fui jogar pokémon em video game em emulador do Fire RED lá por 2006).

Levando esses fatos em consideração o anime era extremamente popular entre eu e meus colegas no final dos anos 90. E na época os únicos contatos e informações que tínhamos eram o anime na TV, a revista Pokémon Club que volta e meia alguém conseguia uma edição, e os Tazos que vinham nos salgadinhos da Elma Chips. Sim, lembro que muitos pokémons na época foram “descobertos” por nossa turma apenas nos Tazos, muito antes de aparecerem no anime ou terem seus nomes citados (Articuno por exemplo). No natal de 1999 tivemos uma adição muito importante a nossas fontes de informações: O livro ilustrado com os 151 primeiros pokémons e ainda com o Togepi como extra. No caso lembro que adquiri ele em um supermercado de nossa cidade por 16 reais, que na época representava muito mais do que hoje.

Com esse livro descobrimos várias coisas sobre o universo Pokémon que só mais tarde entenderíamos melhor, como a Elite dos Quatro por exemplo.

Mesmo antes de possuir o livro já tinhamos o costume de “brincar de Pokémon”. No começo consistia basicamente em usar os Tazos, embaralhar, cada um pegar um ao acaso e o pokémon que saísse seria seu parceiro de batalha. E sim, havia a batalha, apenas nas palavras, e quem assistia “julgava” o vencedor de acordo com os ataques usados. Era quase um RPG onde o mestre dizia a solução do conflito. Com a chegada do livro, aprendemos o conceito de “nível” para evolução e também tinhamos finalmente um mapa oficial de Kanto, que nos permitiu fazer efetivamente um “RPG” de pokémon.

Segue algumas fotos desta nossa brincadeira que se estendeu por vários anos de nossa infância, mais precisamente de 1999 a 2005.

Usavamos um caderno onde cada um tinha sua folha, onde eram registrados os pokémons conforme capturados, insignias, niveis e com o tempo até o sexo e se tinham ataques de tipos diferentes como registrado em vermelho nessa imagem.

Os completamente evoluídos marcávamos de caneta. De lápis os que ainda evoluiriam.
Na época não sabiamos de limitação de niveis. E como podem notar criavamos outras ligas conforme as oficiais terminavam.
Nossa brincadeira durou até a terceira geração ser lançada. Conforme os pokémons eram liberados ja inseriamos na brincadeira. Hoeruko o número 2 aí é nossa conhecida Wailmer. Que na epoca nem sabíamos que tinha evolução.
Com o passar do tempo até promoviamos alguns a lideres de ginasio.
E para saber onde cada um se encontrava criavamos nossos proprios mapas.
Como as competições maiores demoravam para acontecer na nossa brincadeira, faziamos torneios focados no tipo (baseados no torneio de lutadores que o primeape do Ash participou no anime) e registrávamos todos os campeões por tipo.
Esse é o registro de uma batalha. Como é dificil de entender listo abaixo a partir da segunda linha:
Snorunt x Linoone
Ralts x Linoone
Snorlax x Magmar
Horsea x Magmar
Horsea x Cacturne
Poliwrath x Cacturne
Poliwrath x Metagross
Snorlax x Metagross
Os R significavam que o pokémon foi retirado para depois voltar a batalha
Todas as trocas também eram registradas.
Costumavamos fazer desenhos dos times de cada um. Extremamente amadores, mas ótimas lembranças.
Como alguns pokémons só conheciamos pela Pokemon Club muitos não acostumavam com seus nomes e usavam apelidos, no caso se referia a um Lunatone.
Outros não lembravam que certos ataques, alguns pokémons não tinham.
Ou usavam sempre o mesmo ataque.
A imagem é ruim…mas tinhamos um campeonato com bastante participantes. Chegamos em um momento de ter 17 garotos ao mesmo tempo participando. Algo impensável nos dias de hoje em uma brincadeira manual organizada fora da escola e não sendo um esporte.
E também tinhamos pontos corridos.

Por fim, como acompanho o site há anos e gosto de seu conteúdo quis contribuir da minha forma e espero que agrade e motive outros a postarem no site suas experiencias com Pokémon. Eu e meus amigos que passamos esses anos da infância com essa brincadeira hoje continuamos bons amigos e com certeza uma parte dessa amizade se constituiu graças a Pokémon.

FlamePegaso